A Rádio Câmara é o veículo de comunicação sonora da Câmara dos Deputados. A função dos jornalistas da Rádio Câmara é traduzir para os ouvintes os temas debatidos e as decisões tomadas pelo Parlamento. Para isso, três estratégias são utilizadas: a transmissão ao vivo das sessões legislativas e reuniões de comissões, matérias jornalísticas diárias sobre o que ocorre na Câmara dos Deputados, e programas voltados para o que está sendo debatido no Congresso ou para a cidadania.
Além do trabalho de jornalismo nos moldes do que é feito pela Agência Câmara e pela TV Câmara, com as mesmas diretrizes para a produção de conteúdo, a Rádio Câmara tem duas outras funções: uma institucional, expressa em campanhas informativas; e outra cultural, expressa na programação musical e nos programas de divulgação cultural. Tanto a Constituição quanto leis específicas sobre radiodifusão definem que a programação deve ser diversificada, nacional, regional e local, com informação, educação e cultura.
Essas funções estão expressas no slogan da comemoração dos 25 anos da emissora, “Rádio Câmara: a gente ouve e toca o Brasil!” A estação em Brasília, 96.9 FM, está no ar desde 20 de janeiro de 1999, e sua prioridade é dar transparência aos atos do Legislativo, permitindo ao cidadão conferir as sessões do Plenário ao vivo e as reuniões das comissões.
O mesmo áudio que vai ao ar pela frequência em Brasília está disponível na página da Rádio Câmara para transmissão ao vivo (streaming) pela internet.
Essa programação também é difundida pela Rede Legislativa de Rádio, composta por outras 20 estações, que atendem 63 municípios, com mais de 14 milhões de brasileiros e brasileiras, em nove estados e no Distrito Federal, sendo cinco capitais.
As matérias jornalísticas, programas e spots feitos pela Rádio Câmara estão disponíveis para reprodução nas páginas radio.camara.leg.br e Radioagência. Atualmente são mais de 1.400 rádios parceiras, que contam com suporte por email (radioagencia@camara.leg.br) e whatsapp (61996496101).
Os conteúdos podem ser utilizados pela licença Creative Commons BY-ND, que permite a distribuição do trabalho da Rádio Câmara, mesmo para fins comerciais, desde que não seja alterado e que seja atribuído o crédito à emissora.
Utilizando a ideia de rádio expandido, consideramos que os programas da rádio são por excelência podcasts, e por isso também são distribuídos dessa forma em todos os principais agregadores. A linguagem dos podcasts contemporâneos tem sido usada como inspiração especialmente nos programas “Mulheres de Palavra” e “15 minutos de Cidadania”, mas eles já existiam antes da popularização do formato.
A Voz do Brasil – a Rádio Câmara é responsável pelos 20 minutos finais do programa A Voz do Brasil, de transmissão obrigatória por todas as emissoras do país. A Voz do Brasil divulga matérias jornalísticas sobre proposições e decisões dos deputados e todos os discursos feitos nas sessões antes do período de votações no Plenário da Câmara dos Deputados.
Radioagência – permite que o conteúdo da Rádio Câmara seja distribuído para mais de 1.400 rádios parceiras. O destaque é dado às decisões e discussões diárias do Congresso Nacional, mas, a partir da busca no site, é possível encontrar programas jornalísticos, culturais e de utilidade pública.
Jornais ao vivo –as matérias jornalísticas vão ao ar na programação a cada 30 minutos, quando não há transmissão ao vivo ou outros programas, mas também há um jornal diário às 7h30 da manhã, o “Câmara é Notícia”, feito a partir do noticiário factual dos dias anteriores. Além disso, há um programa diário de entrevistas, o “Painel Eletrônico”, que também veicula as principais notícias do dia anterior. A Rádio também conta com uma revista semanal, o “Feijoada Completa”, que integra blocos de conteúdo noticioso com música e programação cultural.
Programas jornalísticos – a Rádio Câmara oferece ao público uma carta de programas que podem ser usados pelas rádios parceiras na formatação de suas grades de programação. O foco dos programas jornalísticos é a informação mais rápida, centrada na Câmara dos Deputados. A duração vai de 1 minuto a 15 minutos.
Programas culturais – programas pautados, principalmente, pela diversidade musical e cultural brasileira. Também podem ser usados pelas rádios parceiras na formatação de suas grades de programação. A duração é variada.
Programação musical – vai ao ar nos intervalos das transmissões ao vivo das comissões e do Plenário da Câmara e nos intervalos da programação jornalística e cultural, especialmente entre 22h e 6h e nos finais de semana. São priorizados diferentes gêneros da música brasileira, em uma programação focada na diversidade e cultura nacional, regional e local do país.
Spots – são campanhas de utilidade pública e de educação para a cidadania, com temas como a defesa de direitos, prevenção e dicas de saúde e economia. Exemplos: saúde mental, valorização do professor, vacinação, prevenção de doenças, direitos do eleitor. Além de abastecerem a programação da Rádio Câmara FM, os spots (pequenas inserções de 30 segundos a 1 minuto) são um produto muito utilizado por rádios parceiras na montagem de suas grades de programação. Também são divulgados em redes sociais como vídeo/áudio de curta duração.
Edital de programação – há um edital perene de programação para que a Rádio Câmara possa aceitar e veicular programação feita por outras pessoas ou entidades em sua grade horária. Atualmente, um programa (Pauta Musical) é veiculado em parceria com o Fundo de Cultura do Distrito Federal.
Linguagem oral – é diferente da linguagem escrita, e o rádio, veículo essencialmente coloquial, recorre mais ao estilo da linguagem oral. A clareza deve ser valorizada acima da correção gramatical – o que não significa uma fala “errada” ou infantilizada, que desrespeite o ouvinte.
Os recursos coloquiais têm a ver com a falta de tempo do ouvinte, que tem sua atenção muitas vezes dividida. Por isso, a matéria da rádio deve fazer uso de recursos da fala do dia a dia, principalmente no que diz respeito à repetição e à simplificação. Utilizamos linguagem simples, frases curtas e sem orações intercaladas.
Em vez de:
A Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que destina, pelo prazo de cinco anos, a partir da aprovação da futura lei, 30% dos recursos provenientes de multas por infrações sanitárias para prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer no país.
Use:
A Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados aprovou uma proposta que destina um terço dos recursos de multas por infrações sanitárias para ações de prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer no país. A medida vai valer por cinco anos, a partir da aprovação da futura lei.
Termos técnicos – não se deve utilizar termos técnicos, que deixariam dúvidas no ouvinte. Sempre que necessário, um texto didático deve explicar termos complexos, quando eles foram indispensáveis. É o caso de doenças com nomes difíceis, procedimentos de engenharia ou novas tecnologias.
O mesmo vale para os termos legislativos, que, em sua maioria, são apenas termos técnicos para tornar precisa a condução dos trabalhos e a votação de propostas no Congresso.
Em vez de:
A proposta tramita em caráter conclusivo e ainda será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Para virar lei, a medida também precisa ser aprovada pelo Senado.
Use:
A proposta ainda será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça. Se aprovada, poderá seguir diretamente para avaliação do Senado; em princípio, sem necessidade de votação pelo Plenário da Câmara dos Deputados.
Sempre que possível, a Rádio deve ensinar o que são os termos legislativos mais importantes dentro de seus conteúdos; mas sem a pretensão de que o ouvinte vá realmente reconhecê-los numa matéria futura. Eles devem ser explicados em cada novo material a ser divulgado.
Em vez de:
O texto recebeu sete vetos, que serão analisados pelo Congresso Nacional.
Use:
O texto recebeu sete vetos, que serão analisados pelo Congresso Nacional. Para a derrubada de um veto e a inclusão do trecho vetado na legislação, é necessária a maioria absoluta de votos na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, em sessão conjunta de deputados e senadores. Ou seja, pelo menos, 257 votos de deputados favoráveis à derrubada do veto e 41 votos de senadores.
Serviço e interação – sempre que possível, as matérias devem indicar canais de interação e podem oferecer informações de serviço inclusive externas à Câmara, desde que sejam importantes (Exemplo: Disque 180 da Central de Atendimento à Mulher).
Número da proposta ou da lei – deve ser colocado no texto das reportagens publicadas na Radioagência, entre parênteses, para facilitar localização das matérias a respeito dessas propostas em buscadores internos e externos. Os números não precisam ser lidos pelos repórteres e locutores.
Locução – tanto a locução ao vivo quanto a locução de matérias devem ser naturais, sem empostações; mais próximas de uma conversa com o ouvinte, podendo inclusive chamá-lo de “você”.
Ao vivo, nas transmissões de comissão e Plenário, o papel do locutor é preencher espaços vazios, contextualizando o ouvinte sobre o que está ocorrendo e quem está falando no momento, mas sem interromper os deputados ou participantes de audiências públicas, exceto quando for fundamental para a transição entre assuntos ou coberturas (mudança para outra transmissão).
A Rádio Câmara acredita que sotaque e maneirismos ao falar são bem-vindos, desde que não sejam considerados erros na maior parte do país (como falar reZIStro em vez de reGIStro).
Apensado – não use esse termo, que pode confundir o ouvinte. Diga: “O projeto é avaliado juntamente com outro(s) sobre o mesmo assunto”.
Comissões – use um nome simplificado, por exemplo, “Comissão de Agricultura” em vez de “Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural”.
Legislatura – se for necessário usar essa palavra, explique: período que abrange os quatro anos do mandato de um deputado federal.
Plenário, Casa, cadeira, Salão Verde – evite os termos Casa para se referir à Câmara dos Deputados ou ao Senado Federal e cadeira para se referir ao mandato parlamentar. Usar “Câmara dos Deputados aprovou” ou “deputados e deputadas aprovaram” em vez de “Plenário aprovou”. Se for necessário identificar um local específico da Câmara dos Deputados no texto, procure explicá-lo. Por exemplo: corredor Tereza de Benguela, que dá acesso ao Plenário da Câmara dos Deputados.
PL, PDC, PEC – evite usar siglas de tipos de proposição. Em vez de PL, projeto de lei. Em vez de PEC, Proposta de Emenda à Constituição.
Relator – pode ser usado, mas é bom evitar a sua repetição.
Substitutivo – use “versão do relator para o texto”, ou “o texto alterado pelo relator”.
Tramitação – use analisar ou avaliar. Exemplo: “O projeto que está sendo avaliado”.