USO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

A Câmara dos Deputados incentiva o uso de Inteligência Artificial (IA) para aperfeiçoar os processos de trabalho e possibilitar melhorias nos serviços prestados. Desde 2018, o Ulysses, uma plataforma de algoritmos criada para atender as necessidades da instituição, vem evoluindo com o avanço da tecnologia.

AndersonPiza/Envato

Na comunicação, destaca-se a ferramenta de classificação automática de comentários de cidadãos em notícias, enquetes e outros canais. Esse recurso permite identificar rapidamente preocupações ou áreas de interesse, possibilitando uma resposta mais ágil e fundamentada.

Com o avanço da IA generativa, capaz de criar conteúdo com base em grandes quantidades de dados, novas aplicações estão em desenvolvimento. Entre elas, uma ferramenta para transcrever e sumarizar automaticamente audiências públicas, facilitando a elaboração de reportagens pelos jornalistas e contribuindo, assim, para ampliar o acesso aos debates legislativos.

Com base nessa experiência, técnicos da Câmara dos Deputados coordenaram, em 2024, a formulação de diretrizes para o uso de Inteligência Artificial em parlamentos publicada pela União Interparlamentar (IPU). Profissionais da Câmara dos Deputados também colaboraram na elaboração da recomendação sobre uso de IA em comunicação divulgada pela Associação Brasileira de Comunicação Pública (ABCPública). Entre os critérios definidos nos dois documentos, destacam-se:

  • Complementaridade e não substituição – a IA deve ser usada para complementar o trabalho dos comunicadores humanos, e não para substituí-los. A supervisão humana é sempre necessária.
  • Precisão e confiabilidade – as ferramentas de IA devem ser constantemente monitoradas e ajustadas para garantir a precisão das informações. Esse cuidado vai desde a calibragem dos algoritmos, para evitar a reprodução de vieses e o surgimento de alucinações, até a indicação de fontes de pesquisa e a checagem de conteúdo produzido, para evitar a disseminação de informações incorretas.
  • Transparência – para preservar a confiança, é essencial deixar claro para os cidadãos como a IA está sendo utilizada e que o conteúdo é produzido com supervisão humana.
  • Segurança e privacidade – ao utilizar IA para transcrição e análise, o profissional da comunicação deve assegurar que a confidencialidade dos dados da instituição seja protegida contra acessos não autorizados e vazamentos. Isso implica considerar dados classificados (com cláusulas de acesso) e dados pessoais e sensíveis dos participantes e usuários.
  • Atualização contínua – a tecnologia de IA deve ser atualizada regularmente para incorporar melhorias e responder a novas necessidades. A adaptação às mudanças nas regras da instituição e na tecnologia é vital para manter a eficácia da ferramenta.
  • Controle de riscos – a experimentação com IA deve começar em pequenos projetos, com benefícios claros e riscos controláveis. Precisa estar apoiada em processos de trabalho, incluir políticas claras do que é permitido ou proibido, das condições de uso, de processos de avaliação de riscos da cada tipo de uso e de uma contínua análise dos resultados gerados pelos serviços baseados em IA. No caso de contratações, é preciso contar com cláusulas de proteção de dados e de accountability.

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