Dante de Oliveira, entre os deputados Airton Soares (PT) e Pimenta da Veiga (PMDB), discute a votação da emenda das Diretas Já com o presidente do Congresso, Moacyr Dalla, do PDS (dir.)
Foto: Câmara dos Deputados
Conhecido como Senhor Diretas, Ulysses Guimarães (dir.) seria o candidato natural do PMDB, se a emenda tivesse sido aprovada; na foto, participa de comício com Tancredo e Lula
Foto: Acervo FGV
Primeiro comício unificado da campanha Diretas Já, em 27 de novembro de 1983, em frente ao Pacaembu, em São Paulo, com coordenação suprapartidária e adesão de mais de 70 entidades civis
Foto: Acervo CSBH
Histórico comício na Praça da Sé, em 25 de janeiro de 1984, dia do aniversário de São Paulo, liderado pelo então governador Franco Montoro
Foto: Arquivo Público do Estado de São Paulo
Comício histórico realizado em 10 de janeiro de 1984 em frente à igreja da Candelária, no Rio, liderado pelo então governador Leonel Brizola
Foto: Arquivo CPDoc-FGV
Último e maior comício das Diretas Já, realizado no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, no dia 16 de abril de 1984
Foto: CPDoc - JB
Público acompanha a votação da emenda Dante de Oliveira nas galerias do Plenário, vibrando a cada voto “sim”
Foto: Câmara dos Deputados
Dante de Oliveira discursa no Plenário em defesa de sua emenda, pouco antes da votação
Foto: Câmara dos Deputados
Apesar das restrições impostas pelo governo Figueiredo, público vai às ruas defender as diretas
Foto: Agência Brasil
Após a derrota da emenda, dissidentes do PDS (Frente Liberal) fazem acordo com o PMDB e formam a Aliança Democrática, que lança a chapa Tancredo Neves/José Sarney
Foto: Câmara dos Deputados
Manifestação em defesa da candidatura de Tancredo Neves, durante a eleição pelo Colégio Eleitoral
Foto: Senado Federal
Tancredo, entre sua esposa, Risoleta Neves, e o deputado Ulysses Guimarães, comemora a eleição para presidente no Plenário da Câmara
Foto: Senado Federal
Sarney toma posse interinamente em 15 de março de 1985, em razão do adoecimento de Tancredo Neves; a partir de 21 de abril, após a morte de Tancredo, torna-se o titular do cargo
Foto: Senado Federal
A nova Constituição, aprovada em 1988, previu eleições diretas; no ano seguinte, Fernando Collor se elege e toma posse em 15 de março de 1990, sendo forçado a renunciar dois anos depois
Foto: Senado Federal
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Dante de Oliveira, entre os deputados Airton Soares (PT) e Pimenta da Veiga (PMDB), discute a votação da emenda das Diretas Já com o presidente do Congresso, Moacyr Dalla, do PDS (dir.)
Foto: Câmara dos Deputados
Conhecido como Senhor Diretas, Ulysses Guimarães (dir.) seria o candidato natural do PMDB, se a emenda tivesse sido aprovada; na foto, participa de comício com Tancredo e Lula
Foto: Acervo FGV
Primeiro comício unificado da campanha Diretas Já, em 27 de novembro de 1983, em frente ao Pacaembu, em São Paulo, com coordenação suprapartidária e adesão de mais de 70 entidades civis
Foto: Acervo CSBH
Histórico comício na Praça da Sé, em 25 de janeiro de 1984, dia do aniversário de São Paulo, liderado pelo então governador Franco Montoro
Foto: Arquivo Público do Estado de São Paulo
Comício histórico realizado em 10 de janeiro de 1984 em frente à igreja da Candelária, no Rio, liderado pelo então governador Leonel Brizola
Foto: Arquivo CPDoc-FGV
Último e maior comício das Diretas Já, realizado no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, no dia 16 de abril de 1984
Foto: CPDoc - JB
Público acompanha a votação da emenda Dante de Oliveira nas galerias do Plenário, vibrando a cada voto “sim”
Foto: Câmara dos Deputados
Dante de Oliveira discursa no Plenário em defesa de sua emenda, pouco antes da votação
Foto: Câmara dos Deputados
Apesar das restrições impostas pelo governo Figueiredo, público vai às ruas defender as diretas
Foto: Agência Brasil
Após a derrota da emenda, dissidentes do PDS (Frente Liberal) fazem acordo com o PMDB e formam a Aliança Democrática, que lança a chapa Tancredo Neves/José Sarney
Foto: Câmara dos Deputados
Manifestação em defesa da candidatura de Tancredo Neves, durante a eleição pelo Colégio Eleitoral
Foto: Senado Federal
Tancredo, entre sua esposa, Risoleta Neves, e o deputado Ulysses Guimarães, comemora a eleição para presidente no Plenário da Câmara
Foto: Senado Federal
Sarney toma posse interinamente em 15 de março de 1985, em razão do adoecimento de Tancredo Neves; a partir de 21 de abril, após a morte de Tancredo, torna-se o titular do cargo
Foto: Senado Federal
A nova Constituição, aprovada em 1988, previu eleições diretas; no ano seguinte, Fernando Collor se elege e toma posse em 15 de março de 1990, sendo forçado a renunciar dois anos depois
Foto: Senado Federal
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O movimento que despertou as ruas contra a ditadura militar no Brasil

Há 40 anos, um dos maiores movimentos populares da história do Brasil foi decisivo para o fim da ditadura militar iniciada com o golpe de Estado de 1964.

A campanha das Diretas Já (1983/84) pretendia reinstituir o voto direto para presidente da República. A partir de iniciativas pontuais, a campanha se enraizou nas entidades e movimentos sociais, tendo à frente lideranças como Ulysses Guimarães, Luiz Inácio Lula da Silva, Miguel Arraes, Fernando Henrique Cardoso, Mario Covas e Freitas Nobre, além dos dez governadores oposicionistas eleitos em 1982: Franco Montoro (SP), Gerson Camata (ES), Gilberto Mestrinho (AM), Iris Rezende (GO), Jader Barbalho (PA), José Richa (PR), Leonel Brizola (RJ), Nabor Júnior (AC), Tancredo Neves (MG) e Wilson Martins (MS).

O primeiro comício registrado em uma capital foi no dia 15 de junho de 1983, na Praça Universitária, em Goiânia (GO). Nos meses seguintes, comícios históricos foram realizados em todo o País, com o apoio de artistas e intelectuais. A cantora Fafá de Belém e o locutor Osmar Santos se tornaram as vozes do movimento. Em abril de 84, os comícios realizados no Rio (dia 10, na Candelária) e em São Paulo (dia 14, no Vale do Anhangabaú) reuniram a maior quantidade de manifestantes da história do Brasil até então, superando 1 milhão de pessoas, conforme estimativas feitas na época.

A proposta de emenda constitucional das Diretas Já, que levou o nome do seu autor, o deputado Dante de Oliveira (PMDB-MT), foi colocada em votação no dia 25 de abril de 1984, em sessão do Congresso Nacional. Nas ruas do país, motoristas buzinavam em apoio à proposta. Apoiadores vieram se manifestar em frente ao Congresso. Outros mostraram seu apoio na galeria no Plenário da Câmara. O Brasil parava para acompanhar um momento decisivo de sua história.

O então presidente João Figueiredo havia decretado estado de emergência no Distrito Federal e em cidades no entorno da capital. Estradas foram bloqueadas. Carros que buzinavam nas imediações do Congresso em apoio à emenda eram chicoteados por militares a cavalo.

A sessão começou pela manhã e só terminou às 2h da madrugada do dia 26, com a rejeição da emenda. A proposta precisava de 320 votos favoráveis na Câmara (de um total de 479), para então ser submetida ao Senado. A votação teve o placar de 298 votos a favor, 65 contra e três abstenções. Faltaram 22 votos para ser aprovada. Um dos motivos da derrota foi a ausência de 113 deputados, que faltaram à sessão por pressão do regime.

Dissidentes do partido governista (PDS) formaram a Frente Liberal e se uniram ao PMDB, partido de oposição, criando a Aliança Democrática, que lançou a chapa Tancredo Neves/José Sarney para a eleição indireta de 1985, realizada pelo Colégio Eleitoral. O candidato do regime militar, Paulo Maluf, foi derrotado.

Tancredo adoeceu na véspera da posse e não chegou a governar. Morreu em 21 de abril de 1985, depois de passar por sete cirurgias. Sarney, que já atuava interinamente, tornou-se o titular do cargo. O voto direto finalmente veio com a Constituição de 1988 e foi concretizado no pleito que elegeu Fernando Collor de Mello no ano seguinte.

Exposição Diretas Já 40 anos
Visitação de 29 de abril a 17 de maio de 2024
segunda a sexta, das 9h às 17h
Corredor do Anexo I | Câmara dos Deputados
Realização: Centro Cultural Câmara dos Deputados

Texto: Wilson Silveira e Paula Moraes | Arte: Thiago Fagundes e Rafael Teodoro. Agência Câmara de Notícias – 17/04/2024